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Acredito no poder das palavras... Acredito também, que podemos mudar o mundo. Palavra por palavra.
Quando o meu coração solitário
Chama por ti
Foges…
E a água perde-se na areia
Força que me suga e faz cair.
Quando o meu coração chama,
Foges…
E o vento só me deixa
Com o meu silêncio.
Quando o meu coração cala,
Tu ficas…
E o sorriso esconde a lágrima
E o sussurro silencia o grito.
Quando o coração espera,
Demoras…
E, com impaciência,
Ando em círculos.
Quando o coração distrai-se,
Chegas cedo…
E nunca mais voltas a partir.
Perly Ramos
23/12/2011
Ao percorrer o parque de estacionamento semi-vazio, pensando em como os seu casaco era quente e aconchegante, ela meteu as mãos nos bolsos, protegendo-os do frio, pouco usual, apesar de ser Dezembro.
Soprou uma pequena brisa, demasiado fraca para fazer voar as folhas acobreadas que se espalhavam pelo chão, mas era o suficiente para se sentir.
Ela fechou os olhos, apreciando a brisa que lhe batia no rosto. Afinal não era fria. Era fresca. E manteve os olhos fechados enquanto andava, escutando. Um autocarro a passar, o canto das árvores e, ao longe, o chilrear de um pássaro.
E, de repente, sentiu-se voar, revisitando o ano que terminava. E apercebeu-se no quanto tinha sido cheio de lições.
Neste ano, ela aprendera que a vida passa mais depressa do que parece e que tomar as coisas como garantidas é um erro.
Aprendeu a preocupar-se e o sobressalto provocado por um telefone a tocar; o sabor amargo da espera.
Aprendeu a confortar e a simplesmente estar presente.
Aprendeu que a confiança se perde quando menos se espera, mas que pode ser encontrada e ganha da forma mais espontânea e natural.
Aprendeu o valor de fazer alguém sorrir e que um abraço conforta mais do que um grande e elaborado discurso.
Aprendeu a dizer adeus e a sorrir em momentos tristes. E que chorar não é um sinal de fraqueza, mas de amor.
Aprendeu que os pequenos momentos são grandiosos quando partilhados com pessoas importantes, e a beleza de um grão de areia.
Que a distância fortalece laços, da mesma forma que os fragiliza, mas que os verdadeiros permanecem.
Que até o amor mais verdadeiro pode acabar.
Enfim, que o mundo muda, o tempo passa e, no fim, o que importa é aquilo que fizeste e a marca que deixaste na vida dos teus.
Sim, foi um ano rico, e as lições, para o bem ou para o mal, passaram a fazer parte de quem ela se tornou.
Cresceu e, orgulhosamente, guarda-as, qual tesouro, naquele canto da memória que insiste em não desaparecer.
E, a todos os que, directa ou indirectamente contribuíram para que ela aprendesse todas estas lições, endereçou um pensamento: “Obrigada”.
Perly Ramos
9/12/2011