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Acredito no poder das palavras... Acredito também, que podemos mudar o mundo. Palavra por palavra.
A folha em branco, o meu maior medo
Ela olha-me sarcástica
Zomba e faz pouco de mim
E fica à espera…
Quer sentir a tinta
Percorrendo-lhe o corpo pálido, dando vida
À sua inexistência, à sua indiferença
Escondo-me dela,
Pouso a ponta da caneta… paro
Volto a suspender a mão…
Uma gota de tinta cai
Corrompendo a superfície
Cândida, trocista…
Observo-a, enquanto é absorvida
Tornando-se numa só,
Fundindo-se com o pedaço de papel
Não mais branco…
E desafio aquele olhar
Enquanto a minha mão desliza
Sobre aquela superfície lisa
E recordo-me
Palavras que sempre quis escrever
Presas na jaula da mente
Saltam-se, respiram,
Ganham vida e forma,
Sorriem e choram
São felizes num verso
Para serem tristes no outro
Uma rima mal feita
Uma quadra que se tornou terceto
Mas sentimento puro
Em cada sílaba métrica não intencional
E no fim, olho atónita
Aquela página, outrora branca
Agora esborratada…
Sorrio…
Afinal sempre consegui que
As palavras ganhassem vida num poema
Mesmo sem o sopro das musas…
06/02/2011
PerlyRamos